quarta-feira, 18 de junho de 2008

Uma simples palavra

Certa vez, estava com um grande amigo, indo em direção a um famoso bar que existia na praça sete, centro de BH; chegamos, sentamos, observamos e pedimos uma jarra de chopp, começamos a beber, dialogar e sorrir naquela tarde ensolarada; de repente tudo pareceu parar, o recinto todo se iluminou e então quatro anjos pairavam em direção a mesa ao nosso lado, sentaram com extrema graciosidade, com os corpos e cabelos em um ritmo magnífico; eu e meu amigo olhávamos um para o outro e dialogávamos telepaticamente a seguinte frase:
- Nos demos bem
Começa então o mais estratégico jogo que conheço, onde uma simples ação mal articulada põe tudo a perder, então começamos a paquera, olhares vivos emanando uma incrível energia sedutora, sorrisos plenamente arquitetados; novamente, eu e meu amigo, olhamos um para o outro e dissemos:
-Vamos lá.
Eu sempre fui mais para frente, levanto em direção a mesa, paro em frente a uma bela moça, sorridente, um rosto angelical, suave, contornos perfeitos, e inicio o seguinte dialogo:
- Meu nome é Glayton
- Tudo bem com você?
Ela diz:
- Tudo ótimo
- Quer assentar?
Eu digo: -Sim, gostaria muito!
Já quase assentado eu digo:
- Você vem sempre aqui
Ela responde:
- Esporadicamente
Neste exato momento todo meu mundo findou-se, pois na minha imensa ignorância, não sabia o significado de tal palavra; minha boca ficou seca, meu rosto totalmente rubro e perdi totalmente o domínio de minha investida; extremamente desnorteado pedi licença, levantei e fui em direção ao balcão, deixando aquela, que talvez seria a mulher de minha vida, com um ponto de interrogação no ar, sem saber o que havia acontecido. Chegando ao balcão pedi ao garçom a conta, uma caneta e um guardanapo; paguei a conta e escrevi no guardanapo a tal palavra, que tanto me causou pânico, devolvi a caneta, coloquei o guardanapo no bolso e estendi o braço para meu grande amigo indicando a saída, mas naquele momento ele debruçava-se sobre a mesa em pleno ataque de riso, achando que eu havia levado um tremendo fora. Deixei-o para trás e sai sem rumo, com a certeza de que conhecimento é sempre necessário; chegando em casa, minha primeira atitude foi pegar o dicionário e descobrir que “de vez em quando” o mundo lhe da um alerta.

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